Estória de Personagem – Parte II

GURPS CYBERPUNK

por Filipe Lutalo

O GURPS CYBERPUNK é um suplemento que desenvolve esse famoso gênero distópico. A criação de personagens nesses cenários difere um pouco da fantasia, pois aqui, os personagens são criados como anti-heróis. Para ver dicas de como criar uma história de personagem para games de fantasia leia a postagem “Estóriado personagem – Parte I”.

Para ajudar os jogadores criei o questionário abaixo. Confesso que ajudou muito aos meus jogadores a criar personagens mais coerentes e fáceis de ser interpretados.

1 – Qual a sua etnia? Em que país nasceu?

2 – Qual a sua classe social?

3 – Como atua profissionalmente hoje?

4 – Você possui implantes cibernéticos? Quais? Por quê?

5 – Qual a sua opinião sobre os ciborgues?

6 – Você possui família ou alguém que ama que deseja protegê-lo?

7 – O que mais valoriza na vida?

8 – O que mais detesta?

9 – Você possui algum amigo, gangue, que te deve algum favor? Como os conseguiu?

10 – Você possui inimigos de longa data? Como os conseguiu?

11 – Qual o seu objetivo? Descreva como pretende alcança-lo. 

12 – Descreva sua personalidade básica.

13 – Por que está nas ruas trabalhando como um cyberpunk?


Exemplo de criação de personagem


1 – Qual a sua etnia? Em que país nasceu? 
- Ambundu, segundo grupo mais populoso na Angola. 

2 – Qual a sua classe social? 
- Cidadã livre. 

3 – Como atua profissionalmente hoje? 
- Programadora e netrunner freelancer. 

4 – Você possui implantes cibernéticos? Quais? Por quê? 
- Possui uma interface neural para lhe dar o máximo de vantagem possível dentro da matrix. 

5 – Qual a sua opinião sobre os ciborgues? 
- São mais máquinas que humanos. 

6 – Você possui família ou alguém que ama que deseja protegê-lo? 
- Adimu tem um profundo senso de dever com Nafula, por tê-la salvado da morte após um acidente de moto. Depois disso, passou a ter problemas com enjoo

7 – O que mais valoriza na vida? 
- Sua religião. Cultua Xangô e Oiá. (Religiosa

8 – O que mais detesta? 
- A divisão entre ricos e pobre imposta pelo mercado. 

9 – Você possui algum amigo, gangue, que te deve algum favor? Como os conseguiu? 
- Não. Por enquanto, conseguiu manter-se independente. 

10 – Você possui inimigos de longa data? Como os conseguiu? 
- Não. 

11 – Qual o seu objetivo? Descreva como pretende alcançá-lo. 
- Construir um mundo menos pobre para ela, Nafula e os moradores do gueto. Pretende alcançar conseguindo vender dados roubados para uma corporação. 

12 – Descreva sua personalidade básica. 
- Adimu é uma mulher corajosa (Excesso de Confiança), mas viciada em FACE e na matrix (Vícios). Quando está desplugada descarrega toda a sua ansiedade no tabaco (Vicio Cigarros). Defende as antigas tradições religiosas. 

13 – Por que está nas ruas trabalhando como um cyberpunk? 
- Não há espaço para a liberdade dentro das corporações.


Compilando a História 


Adimu é uma netrunner, uma pirata de dados freelancer. Pertencente a etnia Ambundu, a segunda maior em número na Angola, cresceu nos guetos da capital Luanda e dentro da matrix. 

Apaixonada por velocidade, a três anos sofreu um acidente de moto que a deixou imóvel por 6 meses. Para ter acesso à rede, contou com os cuidados de Nafula, um remendão de rua, que lhe instalou uma interface ambiental. Isso foi a liberdade para a mente de Adimu, cujo o corpo estava presa a uma cama. O acidente foi traumático; ela fica enjoada sempre que anda de qualquer veículo automotor. Curiosamente, na matrix, ela não sente esse efeito. 

Corajosa, praticante do candomblè importado do Brasil, jamais sai de casa sem suas guias. É fumante convicta, pois o cigarro a acalma quando ela fica tempo demais fora da matrix. Adimu se viciou em face, quando descobriu que a droga a deixava mais rápida na matrix. 

Adora a liberdade que ela tem como freelancer, mas sabe que seus conhecimentos poderiam ser muito bem remunerados dentro de uma corporação. O que a impede de se tornar uma salariman é que ao se vender, contribuiria para a segregação que o mercado faz entre ricos e pobres. Quem sabe ela conseguirá lutar contra isso e construir um mundo menos desigual. Para isso, vasculha a matriz com intuito de encontrar um fluxo de dados que valha uma conta com muitos neo-ienes.



8 comentários:

  1. Legal!
    Acho bastante interessante. Uma ideia legal para historia dos personagens é determinar quais as principais organizações do cenário e pedir que os personagens tenham alguma relação com alguma delas...
    Ou inimigas, ou aliadas, ou desejo de vingança, ou senso do dever...
    Isso ajuda que os persoagens tenham um relacionamento melhor entre is e com o cenário...

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    1. Ideia esplendida! Quanto mais ligações com o cenário os personagens tiverem, melhor a aventura.

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  2. Outra ferramenta bacana para criar a história de cyberpunks é o fluxo-vida do RPG Cyeberpunk 2020. Inclusive ajuda até na distribuição de pontos na ficha com mais critério.

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  3. O fluxo vida é uma excelente ferramenta no Cyberpunk 2020.

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  4. Muito interessante. É mesmo muito importante que trabalhemos este tipo de assunto que ajuda tanto novos jogadores quanto veteranos.

    Totalmente fora do assunto, eu desejo pedir desculpas a ti, nobre druida, e ao irmão José: Hoje, por acaso, chequei a aba "contato" em meus Salões, e vi que ambos deixaram mensagens lá há MUITO tempo, e eu não havia visto. Peço perdão aos dois, e se caso o projeto de José ainda esteja em andamento, me avisem (em uma postagem recente do blog mesmo) que divulgo adequadamente com grande prazer.

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    1. Obrigado Odin! Esses assuntos de história de personagem é bem amplo e ajuda sim a veteranos e novatos.

      O projeto do José está de vento em polpa. Com certeza a divulgação será bem vinda.

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    2. Escreverei um pergaminho sobre isto então.

      Obrigado, nobre irmão!

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    3. Odin, eu é que te agradeço! Quanto mais divulgação, melhor!

      Me desculpe também pela demora em responder, muito trampo nesse carnaval. Mas deixa eu te passar o link no meu blog com uma resenha e um print & play mais recentes do Golpe de Estado:

      http://macunaimagames.blogspot.com.br/2015/02/golpe-de-estado-um-jogo-de-tabuleiro.html

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