Trabalho de equipe

Um dos grandes atrativos do RPG é o trabalho em equipe dos jogadores. Veja como estimulá-lo!
(por F.L.Dias)


Sistemas de RPG como o D&D, o Cyberpunk 2020 e Shadowrun mostram maiores empenho em conservar o trabalho de equipe. Os personagens estão divididos em classes bem definidas e possuem especialidades que os tornam únicos. Por exemplo, no D&D, os guerreiros são mais eficientes em combate enquanto os magos se especializam em magia. Os ladrões forçam fechaduras e são extremamente furtivos e os clérigos invocam proteção e curam os feridos.

Um personagem sozinho ou um grupo composto apenas por uma classe de personagem terá poucas chances de sobrevivência numa aventura. Cedo ou tarde, vai enfrentar um problema com o qual não pode lidar. O que um bando de samurais urbanos cercados por um elemental faria sem um mago em Shadowrun? Um grupo com vários talentos torna-se versátil e capaz de vencer vários desafios se trabalharem em equipe.

Nos jogos da Storyteller ocorre justamente o contrário. Em Vampiro ou Wraith, os personagens são esculpidos com um background bastante rebuscado. O horror individual é o foco das crônicas e os jogadores acabam deixando de lado o trabalho em equipe. Além disso, o mestre precisa criar bons argumentos para fazer com que um Brujah, um Malkaviano e um Ventrue dividam uma mesa em um bar.


Outra ameaça ao trabalho de equipe são os personagens mals. Jogos como o GURPS, desestimulam o mestre a permitir jogadores que interpretem personagens com desvantagens como “Sadismo” ou “Inveja” Personagens malignos não deveriam demonstrar compaixão nem com o grupo de jogadores. Imagine que depois que todo o grupo foi dizimado por um dragão e somente esse personagem sobreviveu, ele prefere guardar a poção de ressurreição que poderia utilizar para reviver clérigo que por sua vez, traria todo o grupo de volta à vida.

Para garantir o trabalho em equipe dos jogadores e o bom andamento do jogo o mestre pode lançar mão de alguns artifícios. Os personagens precisam de motivações para trabalharem juntos. Os jogadores precisarão cooperar passando pelas diferenças dos personagens, o que não significa deixar de interpretar. O mestre, também, deve criar aventuras que exija a atuação de diversos talentos. Não foque toda a aventura em combate, senão todos os jogadores tenderão a fazer guerreiros. Coloque armadilhas que somente o ladrão será capaz de desarmá-las e desafios mágicos que precisa de um feiticeiro para sobrepujá-lo. Se o grupo não possuir esses talentos, serão obrigados a contratar um NPC, e com o tempo, os próprios jogadores criarão personagens que darão mais versatilidade ao grupo.


6 comentários:

  1. Muito interessante, sábio druida!

    Este é um dos pontos mais importantes em nossas aventuras, e fizeste um ótimo pergaminho tratando do assunto.

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  2. O trabalho em equipe com certeza é um dos melhores pontos de todo RPG, mas embora eu jamais tenha jogado Vampiro, penso que seria interessante também um jogo focado nesse "horror individual" :)

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  3. E aí Druida, achei interessante o post, mas acho que o trabalho em equipe também dá pra ser feito com personagens da mesma classe.

    Eu lembro uma campanha que jogamos há muito tempo com uma guilda de ladrões. Todos os personagens eram ladinos, e a diversão foi muito grande. Um abraço!

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  4. acho q depende da proposta do mestre. de maneira geral, concordo, um grupo misto pode preencher qualquer espaço de aventura, mas tb, nada que contratar ajuda (pdm) nao resolva. calro, no fim o "grupo" fica misto

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  5. Senhores, todos estão cobertos de razão.

    Rafael, muitas PdMs completam o grupo tão bem que deixam de ser mercenários contratados para serem parte integrante do grupo.

    Clerigo, numa guilda de ladrões existes muitos talentos. Podemos ter aqueles salteadores a mão armada que fariam um paladino correr de medo, infiltradores, magos que usam suas magias de forma pouco honestas e aquele halfling que trabalha no mercado e ninguem percebe quando sua bolsa é afanada por mão espertas.

    O trabalho em equipe no jogo, na minha opinião ajuda os jogadores até na vida real. Com o RPG, eles aprendem o valor do grupo na vida pessoal, no trabalho e outros aspectos da vida.

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  6. Conviver é uma arte. No RPG isso não é diferente!Personas totalmente distintas, mas com objetivos semelhantes ou idênticos! Trabalhe coletivamente ou morra!

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